GDP - Gross Domestic Product

Linha de produção automatizada - GDP

SIGNIFICADO DE GDP

GDP ou Gross Domestic Product é o índice que apura a riqueza produzida em um determinado país ou região.
 
Geralmente, é divulgado para indicar o crescimento ou recessão econômica de uma localidade.
 

É amplamente utilizado pelos governos, para o planejamento de políticas públicas.

Na esfera internacional, é base para organizações como FMI, Banco Mundial e OCDE tomarem decisões.
VISÃO GERAL

O QUE É GDP?

O GDP é a soma de todos os bens e serviços produzidos, em uma determinada região.

Sua apuração considera, somente dados da economia formal.

No Brasil, o GDP corresponde ao PIB (Produto Interno Bruto).

De forma simplista, o cálculo é feito da seguinte maneira:

Cálculo GDP - Fórmula

Divulgado em bases anuais e trimestrais, o indicador é apresentado em moeda corrente. Por exemplo: U$ 400 bilhões, R$ 800 bilhões, € 1,5 trilhão, etc.

Entretanto, o mais comum, é sua publicação no formato de variação percentual: “O PIB (GDP) do Ceará cresceu 1,3% no trimestre”.

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O consumo final como base

Para evitar contagem duplicada, o GDP considera em sua apuração, somente produtos e serviços destinados ao consumo final.

Na apuração do Produto Interno Bruto, os dados são tratados de forma a eliminar operações consecutivas.

Ilustrando melhor:

Suponha que uma cafeteria compre 100 Kg de grãos de café (torrado e moído).

Foram utilizados, 95 Kg de grãos para produzir e vender 9.500 doses de café. Os 5 kg restantes destinaram-se ao cafezinho da tarde dos funcionários.

O GDP desta cadeia econômica, seria:

  • 9.500 doses de café; e
  • 5 Kg de grãos de café (torrado e moído).

Essa ponderação reflete a real riqueza produzida. De fato, foram colhidos e manufaturados 100kg de grãos. Destes, 95 Kg viraram 9.500 doses de café e 5 Kg foram utilizados pela cafeteria (sem vendas).

Caso, não houvesse essa tratativa, a produção de riquezas do período seria superestimada:

  • 9.500 doses de café; e
  • 100 Kg de grãos de café (torrado e moído).

Logo, o GDP consideraria 95 Kg de grãos a mais (exatamente as doses de café).

A ORIGEM DO GDP

Na eminência do fim da segunda guerra mundial (1939-1945), o movimento das Ligas da Nações (atual ONU) estudava formas de recuperar a economia mundial.

Pouco antes da guerra, a Grande Depressão de 1929, causou uma forte recessão econômica. Importantes nações adotaram medidas extremas de protecionismo, com a esperança de recuperar suas economias. O que se provou mais tarde ser um erro.

Um conflito militar a nível global, aliado ao isolamento econômico de muitas nações criou uma recessão econômica mundial grave.

Em 1944, foi realizada a conferência de Bretton Woods (New Hampshire-USA) também conhecida como Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas.

44 nações participantes concluíram que, a saída para a crise global viria da cooperação econômica entre os países.

A nova ordem mundial deveria promover a cooperação internacional, visando a expansão da produção, emprego e do consumo global.

Foi instituída, a criação de duas entidades de cooperação internacional:

Com vistas ao direcionamento das políticas, seria necessário criar indicadores que norteassem ações específicas de forma a manter o equilíbrio da economia. O GDP foi um deles.

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FINALIDADES DO GDP

Esse indicador é muito importante, pois sinaliza aos setores público e privado quanto aos rumos da economia das regiões.

Políticas Públicas

A análise do GDP, possibilita a definição de políticas públicas pelos governos. Tais políticas, são geralmente aquelas orientadas ao desenvolvimento econômico e social da região.

Questões como emprego, arrecadação de impostos, renda da população e taxa de juros são diretamente impactadas pelo patamar e variação do GDP.

Políticas Privadas

Do ponto de vista privado, esse indicador é de suma importância pois combinado à outros, confere certa previsibilidade das demandas e taxas de juros.

Desta forma, a administração de uma empresa pode estabelecer seu orçamento e políticas no curto, médio e longo prazo com mais segurança.

Decisões relacionadas à investimentos e expansão, costumam considerar as projeções do PIB (GDP).

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CRÍTICAS AO INDICADOR

É muito comum a associação do GDP (principalmente o per capita), à qualidade de vida de uma população.

Essa percepção, se sustenta na crença de que o aumento de produção gera empregos e renda.

Sem dúvidas existe alguma relação, entre melhora de renda e qualidade de vida.

Porém, o GDP é um indicador quantitativo de produção. E tão somente isso.

É fácil entender se a economia cresceu ou não. O que o indicador não consegue responder é: Como esse resultado foi atingido?

E isso faz toda a diferença.

Por esse motivo, há uma forte oposição nos meios políticos e acadêmicos, ao uso do indicador em aspectos relacionados à qualidade de vida.

"O Produto Interno Bruto (GDP) de um país, mede tudo, exceto aquilo que faz a vida valer a pena."

Há diversos argumentos que rejeitam o GDP com indicador de desenvolvimento humano. Veja alguns:

  • Bem estar social é algo que transcende o aspecto econômico. Existem outros fatores envolvidos, que em nada se relacionam a renda.
  • O produto de uma expansão econômica, não é distribuído proporcionalmente entre os habitantes de um país.
  • Maior produtividade, não necessariamente resulta em mais impostos. O aumento de produção pode ter sido estimulado por isenções fiscais, por exemplo. E mesmo que haja mais arrecadação, o GDP não indica se o governou converteu esses recursos adicionais em prol da população.

Portanto, GDP e bem estar social tem pouca relação identificável.

Contudo, os dados base de cálculo do GDP podem, a nível detalhado, sugerir bem estar material. Como demonstrado a seguir.

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Bem estar material

Não dá para desprezar o componente material na percepção de bem estar. Por óbvio, varia de indivíduo para indivíduo, mas raramente esse componente é nulo.

Diversas teorias sobre felicidade e auto realização abordam a perspectiva material em algum grau.

Por exemplo, a hierarquia das necessidades humanas de Maslow:

Pirâmide de Maslow

Os dois primeiros níveis da hierarquia (fisiologia e segurança) são mais sensíveis ao bem estar material.

Analisado de forma macro, o GDP não permite inferir absolutamente nada.

Contudo, a análise segmentada do GDP (por produtos e serviços por exemplo), pode sugerir o avanço ou retrocesso em itens básicos de bem estar.

Uma região com baixo nível de consumo interno de colchões, pode sugerir precariedade domiciliar.

Se a comparação com o período anterior identificar um aumento específico desse item, pode-se de forma razoavelmente segura concluir que o bem estar material da população está melhorando.

Há de se ponderar, condições básicas de conforto. O aumento do consumo de batom, por exemplo, tem baixa correlação com o aspecto material que melhora o bem estar de uma população.

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A relação inversa do GDP com o Bem Estar

Outro ponto importante, que afasta o GDP da análise de bem estar, é a possibilidade de relação inversa que pode existir.

Em outras palavras, o aumento do GDP, pode ser reflexo da piora da qualidade de vida.

Suponha, que uma determinada região tenha aumentado o seu GDP (PIB) em 1%.

Hipoteticamente, a análise detalhada aponta o setor farmacêutico como responsável pelo aumento de produção.

Aprofundando ainda mais, descobre-se que, a produção farmacêutica que “puxou” esse aumento, foi a de remédios contra câncer.

Com esses cenários em mãos, pode-se cogitar ao menos duas possibilidades:

  • A população está com mais acesso a tratamentos de qualidade (Bom sinal); ou
  • A taxa de câncer disparou devido ao aumento da poluição (Mal sinal).

Analisando somente o indicador de produção de riquezas, não é possível identificar qual dos dois cenários é o correto.

Resumindo, a variação do GDP pode ser boa ou ruim para população. Portanto, concluir que o bem estar está relacionado a variação exclusiva desse indicador é um erro.

Indicadores de Bem Estar Social

Visando suprir a carência de informações sobre qualidade de vida, algumas organizações desenvolveram índices com esse propósito.

Os mais populares são:

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

É o indicador adotado pela ONU para avaliar aspectos de desenvolvimento humano.

O IDH foi proposto pelo paquistanês Mahbub ul Haq, com o apoio de Amartya Sen (Nobel de Economia).

A proposta é criar um contraponto ao GDP. Sua apuração considera três pilares básicos: saúde, renda e educação.

Better Life Index

O Better Life Index ou Índice para uma Vida Melhor foi criado pela OCDE.

Esse indicador surge como resposta a escalada de críticas ao GDP.

Trata-se de uma pesquisa on-line, onde são colhidas as percepções da população sobre 11 perspectivas:

Pesquisas da WVS

A World Values Surveys é um programa internacional de pesquisas. O objetivo principal é capturar os valores éticos da população mundial.

Adicionalmente, são capturados indicadores relacionados ao bem estar.

Logotipo - World Values Survey

A cada 5 anos, são realizadas pesquisas que buscam compreender os valores culturais e crenças da população mundial.

Essas pesquisas são conhecidas como Waves (Ondas).

A pesquisa em vigor (sétima Onda) corresponde ao período de 2017 a 2021 e abrange 77 países.

O questionário aplicado gera cerca de 300 indicadores, orientados à 14 temas:

Os valores pesquisado pela WVS

O trabalho da WVS é financiado pela comunidade acadêmica/científica e instituições como:

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FIB - Felicidade Interna Bruta

A FIB é internacionalmente conhecida como: GDH – Gross National Happiness.

Trata-se de um indicador desenvolvido pelo governo butanês, para desenvolver políticas que visem exclusivamente o bem estar da população.

" A Felicidade Interna Bruta (GDH) é mais importante do que o Produto Interno Bruto (GDP)"

Como os principais indicadores de bem estar, a FIB é apurada com base em questionários, que consideram os seguintes componentes:

GDH - Butão - Componentes - Contraponto ao GDP

Esse modelo é considerado pioneiro, por focar em felicidade ao invés de bem estar.

Em 2011 a ONU aprovou uma resolução proposta pelo Butão para uma abordagem holística do desenvolvimento, onde o foco da organização seria a promoção do bem estar da população.

EXEMPLOS

  1. Ontem foi divulgado o GDP dos Estados Unidos do primeiro semestre atingindo o patamar de 1,3 trilhão de dólares.
  2. As medidas adotadas pelo governo visam estabelecer condições sustentáveis para o crescimento do GDP.
  3. O GDP per capita (por habitante) canadense está praticamente estagnado (0,02%), demonstrando que a economia andou de lado nos últimos 3 (três) meses.
CONTEÚDO PROFISSIONAL

PADRÃO INTERNACIONAL DE APURAÇÃO

Normalmente, o cálculo do Produto Interno Bruto é realizado por agências estatísticas de governo. Cada país ou região tem a sua, por exemplo:

Tecnicamente, cada país ou região, estabelece a seu critério a metodologia de cálculo a ser seguida, seja por leis, portarias ou outras normatizações.

Contudo, por praticidade a maioria das nações, salvo exceções como China, EUA e França, seguem as premissas estabelecidas no SNA – System of National Accounts.

Dada a crescente cooperação econômica internacional pós segunda guerra mundial, analisar informações entre países que adotavam critérios diferentes virou um problema.

Pensando nisso em 1953 a Organização das Nações Unidas criou o SNA. Esse sistema estabelece os padrões internacionais estatísticos.

A adesão ao SNA é voluntária, mas importantes instituições globais, como a OCDE, FMI e o Banco Mundial adotam-no como norma.

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MÉTODOS DE CÁLCULO DO GDP

O cálculo do GDP pode considerar 3 perspectivas:

Gastos

Essa abordagem é a mais difundida. Nesse método, a produção corresponde ao volume de produtos e serviços consumidos.

Por ser um mecanismo mais “simples”, países menos estruturados conseguem adotá-lo.

O problema do método de gastos, é a impossibilidade de identificar a produção segregada por indústrias. A visão de produção é limitada ao nível mais macro (região).

Ganhos

O método baseado em ganhos assume que, todo gasto corresponde a um ganho.

Simplificando, o Método de Ganhos e o Métodos de Gastos devem dar o mesmo resultado.

Logo:

GDP (Gasto) = GDP (Ganhos)

e

GDP (Ganhos) = GDI – Gross Domestic Incomes

O princípio que rege esse método, é a existência de quatro fatores básico de produção. Esses, seriam responsáveis por todos os ganhos econômicos locais:

  • Capital
  • Trabalho
  • Terras
  • Empreendedorismo

Restando então, a seguinte fórmula:

GDI = Remuneração dos trabalhadores + Fluxo de Caixa das Pessoas Jurídicas + Aluguéis e Royalties + Juros Líquidos (Ativos e Passivos).

Produção

Essa metodologia é conhecida também como Método do Valor Adicionado.

Nesse caso, é apurado a produção bruta de cada indústria (inclusive a de serviços). Posteriormente são deduzidos todos os produtos e serviços utilizados na atividade, restando somente o valor adicionado por cada agente.

O GDP corresponde então, a soma de todos os valores adicionados no território.

A apuração do GDP por produção é mais complexa, pois demanda dados de consumo intermediário.

Os dados obtidos são mais valiosos por permitem análises mais segmentadas.

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FATORES DE PONDERAÇÃO DO GDP

Inflação

A comparabilidade temporal é condição fundamental desse indicador. Afinal de contas, é através dela, que é possível constatar o crescimento ou recessão econômica de uma região.

Como o GDP é calculado sobre preços (gastos, ganhos ou produção), há de se considerar, as correções de valores ao longo do tempo para garantir o poder de compra da moeda. A famosa inflação.

Considerando isso, as agências divulgam o GDP em dois formatos: O Nominal e o Real.

O GDP Nominal é aquele efetivamente apurado, considerando os valores capturados em seu cálculo sem nenhum tipo de tratativa.
Já o GDP Real, corresponde ao GDP Nominal corrigido do efeito inflacionário do período.

Para ilustrar melhor, vejamos um caso aplicado:

Uma garrafa de Coca Cola custava R$ 7,00 em 20X1 e passou a custar R$ 7,50 em 20X2.

Considerando uma condição ceteris paribus, onde o GDP se limite apenas a essa garrafa de Coca Cola:

Em 20X2, o GDP Nominal seria de R$ 7,50. O GDP Real seria de R$ 7,00, uma vez que R$ 0,50 é efeito inflacionário.

Comparando os GDPs de 20X1 e 20X2:

  • GDP Nominal 20X1 = R$ 7,00
  • GDP Nominal 20X2 = R$ 7,50

e

  • GDP Real 20X1 = R$ 7,00
  • GDP Real 20X2 = R$ 7,00.

O GDP Real é exatamente o mesmo. Isso porque, nos dois períodos a produção é a mesma (1 garrafa de Coca Cola).

O que varia de fato é o Nominal. Houve um aumento de R$ 0,50, que é um mero ajuste de preço e não um aumento de produtividade.

Moeda

Para se comparar duas economias que operam com moedas (câmbio) distintas, é necessário convertê-las à uma moeda comum.

Por convenção, adota-se o dólar norte americano.

Por exemplo, comparar o GDP brasileiro ao argentino, demanda a conversão de ambos ao dólar americano.

Mas qual o valor do dólar utilizar?

Existem duas possibilidades.

Paridade do Poder de Compra (PPC)

A Paridade do Poder de Compra é conhecida internacionalmente como PPP – Purchasing Power Parity.

Trata-se de um coeficiente baseado nos preços praticados em duas economias diferentes. O PPC pondera a relação, entre o nível de preço e o poder de compra nessas localidades.

A versão mais simples do cálculo, apura apenas a relação de preços entre países.

Por se tratar de uma razão, a fórmula é simples:

Figura - Fórmula de Cálculo da Paridade do Poder de Compra - PPC - Conversão GDP

Supondo que, se deseja conhecer a PPC entre Japão e EUA. A maionese Hellmans 500g, é escolhida como base. O PPC seria:

Figura - Fórmula Aplicada PPC - Fator de conversão do GDP

Partindo dessa paridade, é possível converter o GDP do Japão em dólares norte americanos. Nesse caso aplica-se ao GDP em Iene (¥), o fator de divisão PPC calculado (0,009).

É muito comum, essa paridade ser calculada com base no preço do Big Mac. Essa proposta foi feita pela The Economist, em 1986 e é amplamente adotada pelo mercado (Big Mac Index).

A OCDE, em conjunto com a Eurostat, disponibiliza uma lista de conversão de PPCs por país. O cálculo é feito seguindo uma rígida metodologia.

Em sua forma mais complexa, a PPC é calculada sobre um uma cesta de produtos e serviços. Porém, por essência, continua sendo um conjunto de preços de relativos

A PPC colhe preços e volumes. Portanto, é muito útil em análises econômicas multinacionais.

Através dos volumes, é possível comparar as economias em termo de tamanho absoluto, nível de bem estar material e de consumo, patamar de investimento privado e produtividade.

Os preços são utilizados na análise da estruturação, convergência e nível de preços e aspectos de competitividade.

O PPC considera cerca de 2.500 produtos/serviços, 8 projetos padrão de construção, 230 tipos de equipamentos e 26 variedades de serviços governamentais.

São considerados somente produtos de consumo global e representativos dentro do GDP em análise.

Conversão a taxa de mercado

Nessa modelo, o GDP é convertido pelo valor de mercado da moeda.

São aceitos, tanto o câmbio médio do período, como o câmbio final.

Não é considerado o modelo ideal. Isso porque, a volatilidade dos mercados cambiais distorce o propósito do indicador.

Imagine que a economia Argentina permaneça estável. Nos anos 2XX1 e 2XX2, a produção de riqueza é exatamente a mesma.

Isso quer dizer que a economia local estagnou. Contudo, em 2XX2 o Peso Argentino teve uma valorização de 10% frente ao dólar.

Utilizando o método de conversão a mercado, a flutuação cambial sugeriria uma expansão da economia argentina.

Veja o quadro abaixo:

Conversão GDP - Câmbio a mercado

Ao se adotar o câmbio a mercado, o GDP argentino sugere um aumento de produção de USD 50 bilhões.

Contudo, a produção apurada em ARS é exatamente igual. Não houve aumento de produção.

O mercado cambial, como qualquer outro mercado livre, é precificado pela oferta e demanda.

A volatilidade cambial é de certa forma, um termômetro que mede o fluxo de capital estrangeiro e ajuda a entender as tendências do GDP.

Entretanto, o mercado de câmbio, é impactado por taxas de juros, especulações cambiais, intervenções governamentais e fluxos de pagamentos entre países que não necessariamente se referem a produção.

Antes do desenvolvimento do PPC, a prática adotada era a de utilizar o câmbio de mercado. Dois fatores contribuíam para isso:

  1. Não existia outra alternativa; e
  2. Acreditava-se na época, que a Lei do Preço Único tinha forte influência no mercado cambial.

A Lei do Preço Único estabelece que, produtos idênticos convergem à preços idênticos.

Essa Lei pressupõe um cenário competitivo sem custos de transação e sem barreiras comerciais. Eventuais distorções seriam corrigidas por processos normais de precificação. Isso não se aplica a câmbio.

É importante frisar que o GDP não reflete somente os volumes produzidos, mas também a diferença no nível de preço entre os países.

Em suma, as taxas de câmbio não refletem o poder relativo de compra das moedas em seus mercados locais.

Os níveis de preços geralmente são mais elevados em países de alta renda.

O uso do câmbio à mercado tende a superestimar o GDP de países de alta renda, e subestimar o de países de baixa renda.

GDP vs GNP

Ambos são indicadores de produção de riqueza.

O GNP – Gross National Product, é o indicador de riquezas produzidas por uma nacionalidade, independente do local.

Se uma fábrica sueca opera na China, a produção dessas riquezas é computada no GDP chinês e no GNP sueco.

É muito importante ter em mente as duas perspectivas.

O GNP pode ser mais indicado do que o GDP em alguns casos.

Por exemplo, o GDP irlandês em 2012 foi de $ 210.3B e o GNP $ 164.6M. Isso porque muitas empresas que operavam na Irlanda repatriavam recursos aos seus países de origem.