A ORIGEM DO TERMO STATUS QUO
Por serem de origem latina, as palavras status (estado) e quo (coisa), se analisadas isoladamente tem origens milenares.
Contudo, o significado atual surge por volta do século 17. A partir de então, tratados internacionais passaram a incluir a condição “in statu quo res erant ante bellum” (no estado das coisas como era antes da guerra) para encerrar conflitos armados.
Uma guerra finalizada nesses termos prevê a desocupação de territórios inimigos e a restauração da ordem política que precedia o conflito. Simplificando: tudo volta a ser como era antes.
Seguindo essa linha, a condição antagônica do “no estado das coisas como eram antes da guerra” é o “uti possidetis”.
Um tratado assinado sob o termo “uti possidetis” estabelece que as nações permaneçam com os territórios conquistados.
No início do século 20, o termo status quo ganha popularidade com a inclusão da expressão em discursos sociais.
Algumas áreas científicas como a Psicologia, Economia e Neurologia passam a estudar a dinâmica da “zona de conforto” no processo de decisão do indivíduo. Os cientistas retratam a “zona de conforto” como o status quo.
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SIGNIFICADO MODERNO
Atualmente, o uso da expressão é popularmente relacionado a ideia de um sistema ou conjuntura nociva.
O uso popular do termo é majoritariamente observado em questões políticas e sociais.
Um(a) interlocutor(a) adota esse termo em um discurso, geralmente com dois propósitos:
1- Expressar a percepção de apatia ou conformismo acerca de uma determinada situação:
"O gestor aceita o status quo; o líder o desafia"
Warren Gamaliel Benis - Professor da Universidade da Califórnia
Aceitar a “condição das coisas” no exemplo acima remete a passividade ou omissão. Seria algo similar à “zona de conforto”.
2- Atribuir à terceiros conduta imoral, inescrupulosa ou egoísta de forma a impedir o aprimoramento natural de algo:
" Temo que a Justiça Eleitoral seja usada para manutenção do status quo."
Marcelo Bretas - Juiz federal
Já no exemplo acima, a manutenção da condição, se dá por ação direta e normalmente dissimulada e principalmente: em conflito do que espera do agente.
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STATUS QUO BIAS (VIÉS)
O Viés Status Quo é o comportamento humano de inércia atribuído à zona de conforto.
Tal comportamento é objeto de estudo de diversas ciências como a Psicologia, Economia, Sociologia, História e Neurologia.
Via de regra, sempre que se toma uma decisão, se omitir é uma opção. Resumindo, não agir é uma escolha (conciente ou inconsciente).
Em muitas situações essa inércia pode ser justificada por fatores como:
- Estresse;
- Medo;
- Alterações corporais promovidas por fortes emoções.
- E outras causas que afetam a consciência.
Mas e quando esses fatores não estão presentes? Por que não fazemos coisas simples que nos beneficiam?
Por exemplo: O cadastro positivo. Hoje é possível inscrever o CPF em um cadastro utilizado pelos bancos para identificar bons pagadores. Desta forma, conseguimos empréstimos mais baratos.
Por vezes, a pessoa é excelente pagadora, conhece o cadastro positivo e costuma financiar a aquisição de bens.
A pessoa paga mais caro, mas não faz um simples cadastro. Por quê?
É exatamente essa tendência que os cientistas classificam como viés. É a aversão à mudança de rotinas, mesmo que isso seja benéfico e simples.
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