ORIGEM DO CARPE DIEM
A expressão carpe diem foi cunhada pelo famoso filósofo e poeta romano Horácio.
Em 23 a.C, Horácio publicou seu primeiro livro de odes (poemas líricos). No poema 11 da obra, figura o icônico verso: “…carpe diem, quam minimum credula póstero“, em português: “colhe cada dia, confiando o menos possível no amanhã”.
No império greco-romano, o termo ode era utilizado para identificar peças poéticas declamáveis ou cantáveis. Inicialmente, as odes abrangiam todos os temas, como alegria, tristeza, o status quo e religião, dentre outros.
Contudo, com o passar do tempo as odes ficaram restritas à peças poéticas com temáticas sublimes ou com o propósito de homenagens ou dedicatórias.
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QUINTO HORÁCIO FLANCO
Quinto Horácio Flanco (Quintus Horatius Flaccus) nasceu em Venúsia (atual Venosa, Itália) em 8 de dezembro de 65 A.C.
Horácio estudou em Roma e Atenas, financiado pelo seu pai, um ex-escravo e coletor de tributos do império romano.
Em Roma trabalhou como escriba de questores e acabou alçando postos administrativos de maior status.
Sob patrocínio de Caio Mecenas, passou a se dedicar integralmente a literatura, sendo considerado o primeiro escritor profissional romano.
Atravessando uma severa crise financeira, recebeu de Mecenas uma pequena propriedade nos Montes Sabino onde produziu grande parte de sua obra literária.
Sob pedido do imperador Otávio Augusto escreveu o hino Carmen Saeculare, uma homenagem a Apolo e Diana.
Reconhecidamente um filósofo importante da escola greco-romana, no que tange a literatura é referido como poeta lírico e escritor de sátiras.
Suas obras deram origem ao Horacianismo, gênero poético com estruturas e retóricas próprias. As temáticas do Horacianismo são bem definidas, tratando principalmente do bucolismo e aspectos da vida relacionados a relação com o tempo, oportunidades e incertezas.
As obras de Horácio influenciaram importantes escolas literárias como a classicista e renascentista.
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POEMA 11 DO PRIMEIRO LIVRO DE ODES
O primeiro livro de odes de Horácio, traz a reflexão da busca pelas glórias celestes e mundanas.
Tal obra reúne elementos da mitologia romana e da astronomia entrelaçados ao cenário político da época e a visão de mundo de Horácio.
Na referida obra o imperador Otávio Augusto é retratado como a personificação do Deus Mercúrio e teria a missão de vingar seu tio e antecessor Júlio César (assassinado em 44 A.C).
Dentre as estrofes do livro, Horácio trata também sob os aspectos elementares da vida. No poema 11, de onde o carpe diem é retirado, o autor fala da imprevisibilidade dos eventos da vida e da necessidade de aproveitá-la enquanto é possível:
"Tu ne quaesieris — scire nefas — quem mihi, quem tibi finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios temptaris numeros. Ut melius, quidquid erit, pati, seu plures hiemes, seu tribuit Iuppiter ultimam, quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare Tyrrhenum: sapias, vina liques, et spatio brevi spem longam reseces. Dum loquimur, fugerit invida aetas: carpe diem, quam minimum credula póstero."
Existem diversas versões do poema 11 traduzidas para o português. A versão mais aceita é a do Doutor em estudos clássicos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Pedro Braga Falcão.
"Tu não perguntes ( é-nos proibido pelos deuses saber) que fim a mim, a ti, os deuses deram, Leucónoe, nem ensaies cálculos babilónicos. Como é melhor suportar o que quer que o futuro reserve, quer Júpiter muitos invernos nos tenha concedido, quer um último, este que agora o Tirreno mar quebranta ante os rochedos que se lhe opõem. Sê sensata, decanta o vinho, e faz de uma longa esperança um breve momento. Enquanto falamos, já invejoso terá fugido o tempo: colhe cada dia, confiando o menos possível no amanhã."
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CULTURA CARPE DIEM
Além do aspecto artístico, há elementos filosóficos notáveis nas obras de Horácio. Perceba como suas observações são atemporais: “Aproveite o hoje e não se preocupe demasiadamente com o amanhã”. Essa ideia é válida em qualquer período da civilização humana.
Portanto, é razoável crer que, a imortalização da expressão carpe diem se dá, não pelo aspecto lírico do poema, e sim pelo conceito filosófico transmitido.
Milhares de anos se passaram e a ideia sobrevive e com o advento da internet ela se propaga ainda mais. Há em torno do conceito carpe diem, basicamente um mantra de positividade que está incorporado em diversos elementos culturais da sociedade moderna.
TATUAGENS
A tatuagem além de um elemento artístico é também uma forma de expressão. Tatuar a expressão Carpe Diem é uma forma de manifestar positividade com relação a vida.
Normalmente, a tatuagem é feita em letras cursivas e pode incorporar outros elementos, geralmente em alusão a ideia de liberdade como pássaros, por exemplo.
As áreas do corpo tatuadas variam: punhos, lateral dos pés, peitoral e costas.
É provável que você conheça alguém que tenha uma tatuagem Carpe Diem. De acordo com o site Bustle.com, Carpe Diem está entre as 10 (dez) frases mais tatuadas no mundo.
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LINHA DE PERFUMES CARPE DIEM
A linha de perfumes Carpe Diem do Boticário é um clássico da perfumaria brasileira. O perfume chegou ao mercado brasileiro no ano 2000 (dois mil).
O frasco do perfume foi desenvolvido pelo designer francês Thierry Lecoule. O designer assina frascos de marcas de luxo como da perfumaria da Versace.
No mesmo ano do seu lançamento, o perfume ganhou o prêmio do IFEC – Instituto Francês de Embalagens na categoria de melhor design.
A fragrância feminina é da família olfativa Floral e da subfamília Frutal. Tangerina, Pera e Limão são as notas de topo. As notas de coração são notas florais e de Madresilva, seguidas de Cedro, Almíscar e Sândalo como notas de fundo.
Já a versão masculina do Carpe Diem tem como notas de topo o Limão, Bergamota, Lavanda, Hortelã, Mandarina. É classificado como um perfume do tipo aromático especiado, com notas de coração de Gerânio, Gengibre, Cardamomo e Noz-moscada. As notas de fundo são Violeta, Âmbar, Almíscar, Veltiver e Sândalo.
Lembrando que o Boticário é uma empresa que não testa seus produtos em animais (Cruelty Free).
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