O QUE É O S&P 500?
O S&P 500 é um indicador criado em 1957, pela agência Standard & Poor´s. O objetivo do índice é apurar a variação de preços de um grupo de ações específicas.
A agência monitora as ações das 500 (quinhentas) maiores empresas das bolsas americanas. Esse conjunto de ações é denominado portfólio ou carteira.
Mensalmente o Comitê de Índices da Standards & Poor´s, revisa o portfólio do S&P 500. Dessa forma, qualquer alteração nas condições das empresas é refletida na composição da carteira.
Para ingressar nesse portfólio, as empresas precisam atingir alguns patamares mínimos (vide “Conteúdo Profissional”).
É conditio sine qua non, a negociação dessas ações na NYSE, NASDAQ ou Cboe. Além disso, as empresas devem ser americanas ou equiparada (mais de 50% de receitas e de ativos operando nos Estados Unidos).
Com o portfólio definido, a agência calcula a variação do índice, baseando-se na variação de preço dessas ações.
Por se tratar de um índice ponderado, as ações têm pesos diferentes. Uma empresa de U$ 150 bilhões impacta mais o índice do que uma empresa de U$ 15 bilhões, por exemplo.
Essas ações valorizam e desvalorizam ao longo do dia. O que a Standard & Poor´s faz, é condensar essas variações em um único índice.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
CÁLCULO BÁSICO (EXEMPLIFICAÇÃO)
Para te dar uma visão de como o índice é calculado, vamos tratar de uma situação hipotética.
Considere que o índice seja calculado com base em 4 (quatro) empresas, todas com o mesmo peso, ou seja, peso 1. Vamos chamar esse índice de “S&P 4“.
Para fins didáticos, vamos considerar nesse portfólio as ações das seguintes empresas:
- Walmart
- Amazon
- Apple
Observe primeiro as variações individuais de preço. A ação da Amazon caiu 2,1%, enquanto a da Apple valorizou 1,77%.
Contudo, considerando as variações de todas as ações que formam o S&P 4, a variação é negativa em 0,63%.
Em termos práticos, o S&P 500 funciona de forma similar.
Por óbvio, o cálculo é mais detalhado e tem mais variáveis, mas a essência é muito próxima. Você pode ver os detalhes do cálculo na seção “Conteúdo Profissional”.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
UM IMPORTANTE INDICADOR ECONÔMICO
O SP& 500 pode ser considerado um termômetro, principalmente da economia americana.
Isso porque, a variação de preços de ações, em condições ceteris paribus, refletem a perspectiva financeira dos investidores com relação à uma determinada empresa.
Uma ação valoriza, quando os investidores aceitam pagar mais, por entenderem que no futuro o valor aplicado trará retornos positivos. A mesma lógica se aplica à desvalorização de um papel. Investidores rejeitam o preço praticado pelo mercado, quando acreditam que aquele valor não reflete o retorno financeiro mínimo desejado para aquela empresa. Vários investidores com o mesmo entendimento, no mesmo momento, fazem com que o valor da ação recue.
Por abranger as 500 (quinhentas) maiores empresas listadas, uma variação positiva do S&P 500, indica que no geral a perspectiva de investidores é a de que essas empresas vão se valorizar no futuro. O que é um ótimo sinal.
Isso, em termos gerais, costuma refletir em aumento de produção, empregos, tributos e renda.
Já a queda do S&P 500, indica exatamente o oposto.
Diferente de outros indicadores como o GDP (Gross Domestic Product) ou o GNP (Gross National Product) que medem a perfomance econômica histórica, indicadores como o S&P 500 medem expectativas do mercado.
Assim como o indicador da Standard & Poor´s, existem outros indicadores do mercado de ações americano, como o Dow Jones Industrial e o Russel 1000. Cada um deles com critérios diferentes de cálculo.
No Brasil temos o Ibovespa.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
COMO INVESTIR NO ÍNDICE S&P 500?
Sim, é possível com um único investimento capturar a variação de todas as empresas do S&P 500. Mesmo daqui do Brasil.
Você pode se perguntar: Por que eu investiria no S&P 500?
Bem, isso é uma questão individual. Cada investidor define seus objetivos, estratégias e tolerância à riscos. O importante é que você tenha claro quais são os seus.
No quadro abaixo, resumimos os principais prós e contras da exposição ao índice S&P 500.
Qualquer empresa listada em bolsa americana, está sob constante vigilância da Comissão de Valores local (SEC). Esse fator, representa um certo conforto ao investidor, é uma instituição reconhecida mundialmente.
Por se tratar de ativos precificados em dólares, a exposição cambial é um fator muito importante a ser considerado pelo investidor. Contudo, existem opções no mercado brasileiro que podem abranger mecanismos de proteção cambial.
Listaremos as 4 (quatro) opções mais populares no Brasil. Todas estão expostas a variações de mercado, o que significa que o investidor pode tanto ganhar como perder dinheiro.
Lembrando, o conteúdo aqui tem caráter educacional e não é recomendação de investimentos, ok?
FUNDOS DE INVESTIMENTO
O investidor pode adquirir cotas de fundos de investimentos que tenham como alvo o S&P 500.
Não necessariamente, o fundo irá comprar ações dessas empresas. O fundo pode adquirir diversos outros ativos que repliquem o índice, derivativos por exemplo.
O produto pode ser adquirido em corretoras e na maioria dos bancos.
As gestoras cobram taxa de administração e podem cobrar taxa de performance, caso a rentabilidade exceda um determinado patamar. Existem diversas opções em termos de prazo de resgate. Você pode receber o resgate no dia da solicitação ou ter que esperar 1 (um) ano para o dinheiro entrar na conta.
Abaixo, alguns dos fundos disponíveis no mercado:
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
COE - CERTIFICADO DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS
COEs também são oferecidos por corretoras e bancos, mas possuem uma complexidade um pouco maior que os fundos de investimentos.
O investidor adquire certificados, que geralmente conferem algum tipo de proteção ao capital investido, em contrapartida os ganhos costumam ser limitados.
Por exemplo: Um COE pode ser indexado ao S&P 500. O emissor limita o ganho em 20%, porém garante o pagamento mínimo de 100% do capital investido.
Se no vencimento do certificado, o S&P 500 do período for negativo, o investidor recebe 100% do capital investido. Por outro lado, caso o S&P 500 do período seja positivo, teremos duas situações:
- S&P 500 abaixo dos 20% (7,5% por exemplo). Nesse caso, o investidor recebe o principal investido mais 7,5%.
- S&P 500 acima dos 20% ( 24,6% por exemplo). Conforme contratado, o ganho do investidor é limitado a 20%. O investidor receberá o principal investido acrescido dos 20%.
Os certificados costumam ter vencimento a partir de 5 anos, o que confere baixa liquidez ao investimento.
Como são operações estruturadas, existe a possibilidade do emissor embutir algum hedge cambial, neutralizando o efeito da variação do dólar.
MERCADO FUTURO
Essa é uma modalidade de investimento encontrada em bolsas de mercadorias e futuros.
O investidor adquire um contrato com base na cotação de um indexador. No vencimento da operação, a variação é apurada gerando ganho ou perda.
No Brasil, a B3 (via BM&F) oferece contratos futuros em 4 (quatro) categorias:
- Juros
- Moedas
- Índices
- Commodities
A contratação do S&P 500 se dá via contrato futuro de índices.
A B3 oferece esses contratos sob dois códigos de negociação: O ISP e o WSP.
Adicionalmente, o investidor pode operar através de minicontratos.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
ETF – EXCHANGE-TRADED FUNDS
Outra opção disponível na bolsa brasileira são as ETFs.
Esse título é muito similar as ações em termos de negociação, contudo ao invés de comprar uma fração de uma empresa, você compra uma fração de um fundo que busca refletir o portfólio do S&P 500.
Na B3 você pode encontrar dois ETFs que replicam o S&P 500:
CRÍTICAS AO S&P 500
De uma forma em geral, o S&P 500 é considerado um indicador de alta qualidade.
O fato de considerar as 500 (quinhentas) maiores empresas, negociadas em bolsas americanas confere uma cobertura ampla do mercado acionário. O S&P 500 cobre, em termos de valor, cerca de 70% (setenta porcento) dos mercados da NASDAQ e NYSE.
Para se ter uma ideia o índice Dow Jones Industrial é formado por 30 (trinta) empresas.
Outro aspecto extremamente positivo, é a diversidade de setores que essas empresas operam. Possibilitando assim, uma abrangência das principais indústrias americanas como por exemplo, varejo, petróleo e telecomunicações.
O índice NASDAQ, por exemplo, captura basicamente empresas do setor de tecnologia. Sendo assim, não é ideal para avaliar os rumos da economia como um todo.
Mesmo assim, existem críticas ao índice da Standards & Poor´s. Basicamente por dois motivos:
- Subjetividade: As empresas do portfólio do S&P 500 são escolhidas por um comitê. Alguns critérios são objetivos, outros nem tanto. Normalmente fazer parte do índice ou não, afeta o preço das ações das empresas. Isso faz com que se crie um mercado de lobby em torno do portfólio do S&P 500.
- Fator Normalizador: Todos os dados utilizados no cálculo do S&P 500 são observáveis e públicos, exceto o coeficiente de normalização. O coeficiente visa corrigir distorções de preços das ações causadas por eventos não recorrentes. Esse fator de normalização é calculado pela Standars & Poors e seus critérios não são divulgados.